terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quem sou eu?





Não sei explicar...

Talvez seja Fênix, metamorfose...


Renasço das cinzas e me transformo em ave de fogo. 


Vôo longe, quente, alto e me reinvento a todo o tempo. 


Sempre diferente...


Minha vontade não tem nome e meu desejo é imortal. 


Estou viva e sou eterna... 


Mas, não sei de nada, não compreendo nada, se quer meus pensamentos.


Apenas sei de meu amor...


Intensidade, sempre foi pouco para nomear o que sinto. 


Eu amo a música e a gente que canta.


Amo a poesia e a gente que sente.


Amo todas as coisas e a gente que cria.


Passo cada segundo engolindo a vida e enquanto isso ela me engole inteira, completa.


Eu quero sempre mais de mim, mais do mundo, mais de todas as pessoas.


Respiro as coisas em cada uma de suas partes e formo um todo que me liberta e me aprisiona.


Mas eu sou livre, sou inconseqüente, sou única, sou minha...


E eu gosto... 


Gosto de ser, de ficar, de estar...


E com certeza gosto de permanecer. 



Daiane de Souza Mello

domingo, 28 de novembro de 2010

Quer dançar comigo?





Dance comigo pela vida 

E cada um de seus segundos...

Quero que a música esteja alta,

Tão alta... Alta...

Para que seja possível falar apenas ao pé do ouvido,

E assim a gente ouça apenas os sentimentos.


 Daiane de Souza Mello

sábado, 27 de novembro de 2010

O silêncio...



Nada a dizer,

Não mais.

Não hoje...

Nem amanhã.

Deixe-me aqui

Comigo mesma.

Com meu olhar 

E meu silêncio.

Quero encontrar 

apenas meus pensamentos,

Onde estarão 

também minhas palavras.

Aquelas...

Não ditas. 


Daiane de Souza Mello

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Para deixar qualquer homem louco...



Todo homem gosta de mulher com um bumbum grande e durinho.
Então, minha Amiga, malhe bastante e se empenhe um pouquinho.
Ter uma barriga sequinha e seios empinados é sensacional.
Então gaste dinheiro, entre na faca, reconstrua tudo, que isso hoje é normal.
Para chamar a atenção, vale um corpo bronzeado.
Vá à praia, pegue bastante sol e se empenhe mais um bocado.
Talvez precise também demonstrar sensualidade.
Então olhe diferente, com um pouco de maldade.
O cuidado com a aparência também é fundamental.
Gaste rios de dinheiro num salão, pois não faz mal.
O cabelo precisa ser macio, brilhoso e compridão.
É bom que ele possa imaginá-lo enrolado nas próprias mãos.
A roupa que você veste também pode ser importante.
Algo sexy e na moda, mas discreto e elegante.
O perfume que se usa também faz a diferença.
Use uma fragrância suave, mas que marque sua presença.
Mesmo já estando bonita é preciso saber conversar.
Leia muito, veja TV e tenha histórias para contar.
De sua postura, também vai ser preciso cuidar.
Seja misteriosa, independente e divertida, pra conquistar.
Depois de todo esse esforço e de se enquadrar para a um homem agradar.
Talvez seja a hora apropriada para este jogo enfim começar.
Peque seu melhor papo, sua melhor roupa e seu melhor sorriso.
E olhe bem para ele de um jeito provocante e bem preciso.
Depois de olhar pra ele deixando-o curtir o que você quis mostrar.
Convide suas amigas e saia sem ele pra beber e dançar.
Depois disso, eu tenho certeza que muito louco ele vai ficar.
Então, para deixar qualquer homem louco?
É muito fácil...
Basta começar.

 (Daiane de Souza Mello)


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Como voltar a sonhar?


Como punhais em meu corpo,
Sentia você a todo o tempo invadindo o meu silêncio.
Inocente? Eu?
Talvez não.
Ainda assim, calada... criança...
Submersa e submetida.
A sensação era, sem dúvida, de pura impotência.
Você, diante de mim, dominava.
E eu, insegura e infante...
Olhava atenta, amedrontada.
O que fazer?
Pensava...
Gritar? Fugir? Fingir? Resistir? Chorar?
Pensei...
Porém não pude agir.
Paralisada e decepcionada...
Só consegui fechar os olhos e dormir.
No dia seguinte brilhava o sol.
Meus olhos? Não mais.
A solução era esquecer...
Mas como voltar a sonhar?
Peguei um papel, uma caneta, e comecei a escrever.
Queria expor em letras todos aqueles sentidos e significados.
Tentei de diversas formas,
Pensei mais de mil palavras.
Mas no fim,
Só me restou uma...
Que eu uso para terminar:

DOR.

Daiane de Souza Mello

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

É um tal de não querer-saber...


Às vezes pareço sabotar o conhecimento,
Quase que propositalmente...
Talvez queira sempre olhar a vida como se fosse a primeira vez.
Quem sabe desejando uma ignorância despretensiosa, inocente, espontânea?
Parece que temo saber algo de alguma coisa.
Temo achar que sei algo, quando na verdade ninguém sabe de nada.
Quando na verdade não há como saber.
Posso ler, estudar, conhecer...
Mas não quero a ilusória sensação de quem sabe.
Não quero uma postura de quem acha que entende.
Não quero olhar o mundo como se dele algo soubesse.
Como se já não precisasse desvendá-lo todos os dias.
Quero acordar e olhar tudo pela primeira vez.
E denovo...
E denovo...
Em cada amanhecer quero nascer denovo.
Prefiro uma ignorância humilde.
Aquela que me faça olhar as coisas e vê-las de verdade.
Não quero nenhum conceito ou premissa que me mova.
Gostaria de poder olhar o mundo sem nada que interfira.
Mas a verdade é que só o fato de saber que não sei de nada já é uma variável marcante.
Só o fato de não querer entender nada já interfere o suficiente.
Então eu sigo a vida fingindo que posso olhar as coisas pela primeira vez.
Quando não posso...
Então eu sigo fingindo que posso ser tão ignorante quanto gostaria de ser.
Quando não sou...
E assim, eu posso buscar desvendar o mundo inocentemente.
E fingir que sou uma criança tola buscando por aquilo que não sei.
E fingindo que sou apenas um ser que pode sonhar em realmente nada saber...

Daiane de Souza Mello

sábado, 13 de novembro de 2010

A Cena...



Dor e abusos,
Incesto e
Marcas eternas.
Pena
Daquela pequena,
Menina carente,
Que nada entende.
Menina
Achou que a pena,
Que eles sentiam,
Era diferente.
Achou que era
Um sentimento,
Tão indiferente,
A vida da bela.
A bela,
Menina sofrida,
Que pena sentia,
Da gente tão grande.
Pena,
Pois ela achava
Que a gente grande
Não sabia amar.
Pequena,
Triste indefesa,
Necessita carinho
E recebe pena.
Pena,
Sentimento desconhecido,
Ao pobre coraçãozinho
Daquela pequena.
A cena:
Dor e abusos,
Incesto e
Marcas eternas.
 
Daiane de Souza Mello


 (Escolhi este poema como um dos primeiros posts deste blog,, pois foi ele também um de meus primeiros poemas. Quando o escrevi, devia ter cerca de 9 ou 10 anos de idade.)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Pra começar...

Confesso que tive certa relutância ao criar este blog: Será que teria tempo de manter as postagens? (Ainda não sei) Será que os textos, frases e imagens, principalmente aqueles de minha autoria, seriam compreendidos, apreciados ou, ao menos, vistos? (Não me importa mais).
Enfim, preocupações que me surgiram, mas, pelo visto, não me barraram. E aqui estou eu e você e toda essa “coisa” que começa agora. Então, seja bem vindo ao meu blog.
Ao pensar a descrição e o título deste blog, tive muito cuidado, busquei por palavras que pudessem abranger ao menos um pouco do que eu pretendia expor aqui. Esta foi outra etapa difícil. Como nomear aquilo que se sente, que deseja e, pior, aquilo que ainda nem existe, ainda nem se fez?
Foi em uma palestra sobre Gestalt-Terapia - uma abordagem da psicologia que muito me atrai - que tive a inspiração que faltava para me impulsionar a dar início a este caminho “Em busca de sentidos...”
Na palestra, ao ouvir sobre como cada pessoa percebe as coisas a seu modo e como cada um dá um sentido próprio ao vivido, tendo pra isso um tempo próprio e muito particular, é que, finalmente, resolvi sentar e escrever.
Sempre no meu tempo, sempre pensando aquilo que faz sentido para mim. Sempre esperando que cada pessoa que leia possa experienciar de forma diversa e fazer das palavras aqui postadas seu próprio sentido, resignificando tudo, num movimentar constante, excitante, transformador. Deixando que tudo possa ser transitório e também possa ser mais e assim podendo ir além. Além do que está escrito e do que se pretendia dizer no momento que já passou e já não importa mais.
De algum modo, cada palavra que escrevo faz sentido para mim e me toca no mais profundo do meu ser e no mais superficial de minha pele, me fazendo sentir, refletir, questionar e sonhar intensamente. E é um pouco sobre tudo isso que pretendo falar aqui. E é claro, que ao meu modo, claro que falando muito de mim, das minhas percepções, sensações e sentimentos. Falando de tudo aquilo que me interessa, de tudo com o que consigo fazer contato, seja este pleno ou não.
Ao dizer isso, não quero, de modo algum, dizer que este blog se pretende ao ofício de um diário, biografia ou seja lá o que for. Não pretendo dizer que o conteúdo aqui postado será tão pessoal que não fará a menor lógica às outras pessoas. Ao contrário, ao dizer isso, busco fazer-lhes um tímido convite para que cada pessoa que leia meu blog possa também buscar, em cada pequeno detalhe, o seu próprio sentido... Aquilo que te move e toca no momento... O sentido do que for aqui experienciado.
É até mesmo por isso que o título do blog é seguido pelas famosas reticências (...). Porque depois de um convite destes “Em busca de sentidos...”, é possível saber que muita coisa virá então, mas não há como saber o que. E essa é, sem dúvida, a melhor parte de tudo.
E por adorar o inesperado, apesar de ter medo dele, nunca programo quando vou escrever e sobre o que vou escrever, mas simplesmente escrevo. Quando sento pra escrever - seja na cama, no ônibus, no trem, na praia ou no bar, ou ainda, interrompo um banho e pego caneta e papel para que as palavras não fujam de mim - busco expressar as sensações, pensamentos e sentimentos que me mobilizam naquele longo instante. E sem me preocupar com as tais regras de gramática, semântica e ortografia, até porque até estas são mutáveis, transfiro para o papel tudo que está em mim e minha vontade manda. E ainda, ignorando as interpretações do que eu digo ou mesmo a definição daquilo que aparece, não penso nem em nomear nada, e ás vezes se quer dou um título ao texto escrito.
Tendo este blog então o objetivo de que cada um possa significar seu conteúdo como desejar, não espero, portanto, que admirem ou interpretem meus textos e os textos de outras pessoas que eu postar. Espero apenas que vocês possam se divertir, saborear, comentar, criticar ou simplesmente ignorar...

Então... “que os jogos comecem”.

Bjus

Daiane.