quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Sensação estranha...


Sentimento forte, intenso, louco, confuso...

Tão forte que mal consigo sentir, decifrar.

Estou em casa e não estou só.

Mas eu ando por todos os lados tentando pensar.

Quero descobrir que energia é essa que percorre em mim.

Tento pensar, refletir...

Mas percebo que tudo isso foge a qualquer nível de pensamento.

Sensação estranha.

Busco na memória outros momentos em que me senti assim.

Consigo lembrar de vários,

Mas não sei se isso é um bom sinal,

Até mesmo porque nem consigo saber o que sinto.

Sensação estranha.

Seria ela boa ou ruim?

Não consigo encontrar palavras que a defina.

Sinto vontade de fugir, de gritar, de me apertar contra alguém, contra o mundo...

Meus pés balançam inquietamente...

Vontade de sentir mais intensamente, mais do que já sinto.

Sensação estranha.

Me peguei levantando do sofá por vezes diversas.

Andando pelo quarto, pela sala, pela varanda.

Meu corpo parece gritar por mim, por algo, por...

Não consigo nem explicar...

Me olho no espelho e questiono minha face, minha expressão.

Não consigo decifrar esta sensação.

Então eu como, por achar que é fome.

Bebo, por achar que é sede.

Falo com pessoas, por medo de ser solidão.

Então me afasto, por sentir que quase sufoquei.

Perco ar...

Ouço música, às vezes sinto falta de arte e de sua sensibilidade.

Namoro, sei que o toque é algo que me mobiliza.

Perco o sono...

Ainda estou perdida, ainda não consigo decifrar.

Sensação estranha.

Me recordo de sentir tal sensação.

Mas em que circunstâncias?

Novamente sinto vontade de correr...

Não posso ficar parada...

Poderia talvez dançar...

Me sentir viva em sua forma mais profunda.

Eu preciso...

Mas não faço nada...

De que preciso?

Sensação estranha.

Poderia voar também.

Se eu o soubesse... 

Sinto falta de alguma coisa.

Adrenalina?

Acho que encontrei a palavra.

Depois de cuspir tantas outras é esta a palavra que me surge.

Abstinência dela?

Provavelmente...

E qual é o sentido disso tudo?

De onde surgiu tal sentimento?

Em um fim de noite repentino, me pego com uma sensação intensa e confusa.

Sensação estranha.

Mas, por agora, parece que é mesmo o que sinto.

E qual é o sentido disso tudo?

Sensação estranha.

As palavras brotam e meus dedos as digitam incontrolávelmente.

Não faço a menor idéia do que significa isso.

Poema, verso, prosa?

Nada importa.

Precisava de algo que me fizesse parar...

Sentar e escrever foi uma boa opção,

Mas meus pés ainda balançam inquietamente...

Sensação estranha.

Como em outro poema meu,

Novamente, não me importo com o que escrevo.

Simplesmente vou deixando transparecer cada letra que surge em mim.

Me sinto um pouco mais relaxada,

Mas ainda há algo de muito intenso,

E ainda não parei de escrever.

Como sempre gosto de dizer que:

"Escrevo porque tenho fome,

se não escrevo, mastigo a mim mesma em busca de palavras a serem ditas".

E qual é o sentido disso tudo?  

Afinal, que sentimento é esse?

Sensação estranha.

Mas acho que já posso dormir...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sonhos de Menino...

Sonhe, menino que já ficou grande,

Ouvindo esta cantiga de ninar.

Pegue sua pipa colorida,

Volte na vida,

Por que é bom sonhar.

Porque na vida a gente empina muita pipa,

Alto, tão alto, que se perde na amplidão.

E o destino mau, menino, corta a linha,

E a pipa do sonho da gente cai no chão.

Por isso, meu menino, se o destino,

Cortou a linha da pipa que você quis soltar .

Mostre que você saiu vencendo,

E que mesmo sofrendo,

Ainda quer sonhar.

(Autor desconhecido)


Este poema é, sem dúvida, o poema mais importante da minha vida. Tão importante, e diz tanto de mim, que eu custo acreditar que não fui eu mesma quem o escreveu. Talvez eu tenha escrito, e esquecido disso ao passar pelas curvas do tempo. Talvez... Quem sabe...

Quando tinha cerca de 8 anos, eu o ganhei de presente de uma amiga quase irmã, ou uma irmã quase amiga, mas que, infelizmente, pelas areias que percorrem nossas ruas, no momento, não é mais tão próxima assim.

Por ela ter então, também 8 anos, ela não se importou de anotar o nome de quem o escreveu. Então, talvez eu nunca saiba. Talvez seja sempre um autor desconhecido, mas ainda assim agradeço suas palavras, simples e sublimes.

Pouco depois de receber o texto, eu o decorei, motivada pelo tocar de seus significados em mim.

Tendo o decorado, já recitei a tantas pessoas, quando de suas tristezas e dificuldades, que não saberia dizer a quantidade, nem mesmo seus diversos nomes.

Mas, devo confessar, que dentre tantas pessoas, grande parte delas, fora as diversas versões de mim. Sim, confesso já tê-lo recitado a mim mesma, tantas vezes quanto necessário. E assim, toquei intensamente a todos os Eus que já pude ser e fui.

Sempre que pensei em desistir, e todas as vezes que chorei; Sempre que sofri, e todas as vezes que desabei; Sempre que não compreendi, e todas as vezes que me magoei; Sempre que me perdi; e todas as vezes que me encontrei; Sempre que não consegui; e todas as vezes que eu lutei; Sempre que me feri; e todas as vezes que eu me curei; Sempre que me despi, e todas as vezes que me mascarei; Sempre que menti, e todas as vezes que me perdoei; Sempre que não me ouvi, e todas as vezes que não me entreguei; Sempre que deixei de sorrir, e todas as vezes que desanimei...

Essas palavras estiveram comigo, em tantos momentos importantes, que sempre busquei dividí-las.

E sendo este um momento de fechamento de ciclo e começo de um novo ano, o clima de retrospectiva, planejamentos e sonhos se instala e muitos sentimentos reverberam.

Sei que muitos vão se perceber alegres, diante de vitórias obtidas. Sei que muitos se verão cansados, diante das lutas combatidas. Sei também, que muitos serão tomados por um sentimento de melancolia. Haverá saudades do que passou. Medo do que está por vir. Tristezas pelo que se perdeu e o que o fez não mais sorrir.

Principalmente a estes, divido esse texto... Esse pedacinho de mim... Esse pedacinho de alguém...

Sei também que muitos vão ler esse post e vão se lembrar de já terem recebido tal poema de mim. Espero que estas pessoas saibam que se receberam este poema de mim, quer dizer que estarei sempre junto para ajudá-las a botar a pipa no ar.

Para os outros, espero que tais palavras sirvam de algum modo, como a mim tem servido.

Então, sugiro que peguem suas pipas coloridas e empinem alto, deixando-as se perder na amplidão. Lembrem-se que é bom sonhar...Sempre...

Um grande beijo a todos...

Daiane.

(Ps.: Feliz por estar de FÉRIAS - Por enquanto, rs.)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Medo...


Medo?

Medo de ter medo?

Medo de perder?

Medo de sofrer?

Medo de viver?

Medo de chorar?

Medo de se apaixonar?

Medo de sonhar?

E medo de não sonhar?

Medo de ser fraco?

Medo de ser forte?

Medo de ser rico?

Medo de ser pobre?

Medo da grandeza?

Medo de ser inadequado?

Medo de ser excluído?

Medo de ser esquecido?

Medo de não ser amado?

Medo de ser sozinho?

Medo de não conseguir?

Medo de ser gente?

Medo de não ser nada?

Medo de ser desnecessário?

Medo de ser muito importante?

Medo de não viver?

Medo de viver demais?

Medo de não ter medo?

Medo de não ser capaz?

Medo de ser louco?

Medo de ser normal?

Medo de ser consciente?

Medo de ser mortal?

Medo de ser diferente?

Medo de ser banal?

Medo de ser inconseqüente?

Medo de me fazer mal?

Medo de não estar pronto?

Medo de estar acabado?

Medo de ser tudo?

Medo de ser abandonado?

Medo de ser seu?

Medo de ser rejeitado?

Medo de ter medo?

Medo de estar enganado?

Medo de não ter escolhas?

Medo de escolher errado?

Medo?

Medo de não ter medo?

Medo?

Medo de não ter tentado...

domingo, 5 de dezembro de 2010

Nossa história...

 

Era uma vez uma menina linda e um menino magrelo.
Ela tinha 12 e ele tinha 13.
Ela tinha charme e ele nem tinha graça.
Ele tinha alguma experiência e ela queria ter.
Um dia qualquer, eles resolveram ficar juntos.
E sem algum motivo, apenas se beijaram.
Ela não gostava dele...
Ele também não gostava dela...
Mas eles eram amigos.
Ou quase...
Amigos de botar apelido.
Amigos de zuar sem pena.
Do tipo que esconde os sapatos por brincadeira.
Do tipo que se perde a hora em conversa.
Daqueles de se olhar e saber o que pensa.
Daqueles de jogar queimado ou jogo da verdade.
Amigos de sorrir sem ao menos ter motivos,
Ao ponto de entender as piadas que nem foram ditas.
Entre um sorriso e outro, um beijo foi dado.
Um beijo, um abraço e vários outros beijos e olhares.
Um sussurro, um arrepio e mais sorrisos.
Um pensamento e mais outro e todos se perderam.
Eles eram amigos, colegas, conhecidos que se conheceram...
Ela então lhe disse: beijo bom.
Ele lhe falou: boca boa.
Ele teve vergonha e medo de que vissem.
Ela não teve medo e nem um pouco de vergonha.
Ela disse: gostei de você, me busque na escola, não te beijei o suficiente.
Ele acenou com a cabeça e não disse mais nada,
Pois não havia mais nada que precisasse ser dito.
Passaram minutos, horas, dias, meses e anos...
Longos e loucos anos,
E muita coisa aconteceu.
A inocência se transformava.
Os medos se perdiam e outros surgiam.
A experiência se fazia, mas a cede por mais nunca acabava.
Mudava a vida, o corpo, a face e o modo de ver o mundo.
Entre um sorriso e outro um beijo foi dado.
Um beijo, um abraço e vários outros beijos e olhares.
Um sussurro, um arrepio e mais sorrisos.
Um pensamento e mais outro e todos se perderam.
Ela gostava dele...
E ele gostava dela...
Muitas brigas, dissabores e obstáculos.
Medo de perder, medo de ganhar, de confiar.
Medo de crescer, medo de sonhar, de amar.
Medo de ser, medo de chorar, de se entregar.
Mas eles eram amigos.
Agora com certeza.
Amigos de saber o que pensa.
Amigos de saber todas as histórias.
Amigos de se olhar e se apaixonar.
Amigos de se querer e se apoiar.
Eles eram amigos, colegas, conhecidos que se conheceram e se conheciam sempre mais...
Ela o amava...
E ele também a amava muito...
E em um dia qualquer, eles resolveram ficar juntos.
E sem nenhum motivo apenas se beijaram.
E parece que ainda não foi o suficiente, pois...
Era uma vez uma menina e um menino que se beijam eternamente.

(Daiane de Souza Mello)



Dedicado inteiramente ao amor da minha vida... Vinícius... Quase uma década com você... Te amo demais...

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Quem sou eu?





Não sei explicar...

Talvez seja Fênix, metamorfose...


Renasço das cinzas e me transformo em ave de fogo. 


Vôo longe, quente, alto e me reinvento a todo o tempo. 


Sempre diferente...


Minha vontade não tem nome e meu desejo é imortal. 


Estou viva e sou eterna... 


Mas, não sei de nada, não compreendo nada, se quer meus pensamentos.


Apenas sei de meu amor...


Intensidade, sempre foi pouco para nomear o que sinto. 


Eu amo a música e a gente que canta.


Amo a poesia e a gente que sente.


Amo todas as coisas e a gente que cria.


Passo cada segundo engolindo a vida e enquanto isso ela me engole inteira, completa.


Eu quero sempre mais de mim, mais do mundo, mais de todas as pessoas.


Respiro as coisas em cada uma de suas partes e formo um todo que me liberta e me aprisiona.


Mas eu sou livre, sou inconseqüente, sou única, sou minha...


E eu gosto... 


Gosto de ser, de ficar, de estar...


E com certeza gosto de permanecer. 



Daiane de Souza Mello

domingo, 28 de novembro de 2010

Quer dançar comigo?





Dance comigo pela vida 

E cada um de seus segundos...

Quero que a música esteja alta,

Tão alta... Alta...

Para que seja possível falar apenas ao pé do ouvido,

E assim a gente ouça apenas os sentimentos.


 Daiane de Souza Mello

sábado, 27 de novembro de 2010

O silêncio...



Nada a dizer,

Não mais.

Não hoje...

Nem amanhã.

Deixe-me aqui

Comigo mesma.

Com meu olhar 

E meu silêncio.

Quero encontrar 

apenas meus pensamentos,

Onde estarão 

também minhas palavras.

Aquelas...

Não ditas. 


Daiane de Souza Mello

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Para deixar qualquer homem louco...



Todo homem gosta de mulher com um bumbum grande e durinho.
Então, minha Amiga, malhe bastante e se empenhe um pouquinho.
Ter uma barriga sequinha e seios empinados é sensacional.
Então gaste dinheiro, entre na faca, reconstrua tudo, que isso hoje é normal.
Para chamar a atenção, vale um corpo bronzeado.
Vá à praia, pegue bastante sol e se empenhe mais um bocado.
Talvez precise também demonstrar sensualidade.
Então olhe diferente, com um pouco de maldade.
O cuidado com a aparência também é fundamental.
Gaste rios de dinheiro num salão, pois não faz mal.
O cabelo precisa ser macio, brilhoso e compridão.
É bom que ele possa imaginá-lo enrolado nas próprias mãos.
A roupa que você veste também pode ser importante.
Algo sexy e na moda, mas discreto e elegante.
O perfume que se usa também faz a diferença.
Use uma fragrância suave, mas que marque sua presença.
Mesmo já estando bonita é preciso saber conversar.
Leia muito, veja TV e tenha histórias para contar.
De sua postura, também vai ser preciso cuidar.
Seja misteriosa, independente e divertida, pra conquistar.
Depois de todo esse esforço e de se enquadrar para a um homem agradar.
Talvez seja a hora apropriada para este jogo enfim começar.
Peque seu melhor papo, sua melhor roupa e seu melhor sorriso.
E olhe bem para ele de um jeito provocante e bem preciso.
Depois de olhar pra ele deixando-o curtir o que você quis mostrar.
Convide suas amigas e saia sem ele pra beber e dançar.
Depois disso, eu tenho certeza que muito louco ele vai ficar.
Então, para deixar qualquer homem louco?
É muito fácil...
Basta começar.

 (Daiane de Souza Mello)


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Como voltar a sonhar?


Como punhais em meu corpo,
Sentia você a todo o tempo invadindo o meu silêncio.
Inocente? Eu?
Talvez não.
Ainda assim, calada... criança...
Submersa e submetida.
A sensação era, sem dúvida, de pura impotência.
Você, diante de mim, dominava.
E eu, insegura e infante...
Olhava atenta, amedrontada.
O que fazer?
Pensava...
Gritar? Fugir? Fingir? Resistir? Chorar?
Pensei...
Porém não pude agir.
Paralisada e decepcionada...
Só consegui fechar os olhos e dormir.
No dia seguinte brilhava o sol.
Meus olhos? Não mais.
A solução era esquecer...
Mas como voltar a sonhar?
Peguei um papel, uma caneta, e comecei a escrever.
Queria expor em letras todos aqueles sentidos e significados.
Tentei de diversas formas,
Pensei mais de mil palavras.
Mas no fim,
Só me restou uma...
Que eu uso para terminar:

DOR.

Daiane de Souza Mello

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

É um tal de não querer-saber...


Às vezes pareço sabotar o conhecimento,
Quase que propositalmente...
Talvez queira sempre olhar a vida como se fosse a primeira vez.
Quem sabe desejando uma ignorância despretensiosa, inocente, espontânea?
Parece que temo saber algo de alguma coisa.
Temo achar que sei algo, quando na verdade ninguém sabe de nada.
Quando na verdade não há como saber.
Posso ler, estudar, conhecer...
Mas não quero a ilusória sensação de quem sabe.
Não quero uma postura de quem acha que entende.
Não quero olhar o mundo como se dele algo soubesse.
Como se já não precisasse desvendá-lo todos os dias.
Quero acordar e olhar tudo pela primeira vez.
E denovo...
E denovo...
Em cada amanhecer quero nascer denovo.
Prefiro uma ignorância humilde.
Aquela que me faça olhar as coisas e vê-las de verdade.
Não quero nenhum conceito ou premissa que me mova.
Gostaria de poder olhar o mundo sem nada que interfira.
Mas a verdade é que só o fato de saber que não sei de nada já é uma variável marcante.
Só o fato de não querer entender nada já interfere o suficiente.
Então eu sigo a vida fingindo que posso olhar as coisas pela primeira vez.
Quando não posso...
Então eu sigo fingindo que posso ser tão ignorante quanto gostaria de ser.
Quando não sou...
E assim, eu posso buscar desvendar o mundo inocentemente.
E fingir que sou uma criança tola buscando por aquilo que não sei.
E fingindo que sou apenas um ser que pode sonhar em realmente nada saber...

Daiane de Souza Mello

sábado, 13 de novembro de 2010

A Cena...



Dor e abusos,
Incesto e
Marcas eternas.
Pena
Daquela pequena,
Menina carente,
Que nada entende.
Menina
Achou que a pena,
Que eles sentiam,
Era diferente.
Achou que era
Um sentimento,
Tão indiferente,
A vida da bela.
A bela,
Menina sofrida,
Que pena sentia,
Da gente tão grande.
Pena,
Pois ela achava
Que a gente grande
Não sabia amar.
Pequena,
Triste indefesa,
Necessita carinho
E recebe pena.
Pena,
Sentimento desconhecido,
Ao pobre coraçãozinho
Daquela pequena.
A cena:
Dor e abusos,
Incesto e
Marcas eternas.
 
Daiane de Souza Mello


 (Escolhi este poema como um dos primeiros posts deste blog,, pois foi ele também um de meus primeiros poemas. Quando o escrevi, devia ter cerca de 9 ou 10 anos de idade.)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Pra começar...

Confesso que tive certa relutância ao criar este blog: Será que teria tempo de manter as postagens? (Ainda não sei) Será que os textos, frases e imagens, principalmente aqueles de minha autoria, seriam compreendidos, apreciados ou, ao menos, vistos? (Não me importa mais).
Enfim, preocupações que me surgiram, mas, pelo visto, não me barraram. E aqui estou eu e você e toda essa “coisa” que começa agora. Então, seja bem vindo ao meu blog.
Ao pensar a descrição e o título deste blog, tive muito cuidado, busquei por palavras que pudessem abranger ao menos um pouco do que eu pretendia expor aqui. Esta foi outra etapa difícil. Como nomear aquilo que se sente, que deseja e, pior, aquilo que ainda nem existe, ainda nem se fez?
Foi em uma palestra sobre Gestalt-Terapia - uma abordagem da psicologia que muito me atrai - que tive a inspiração que faltava para me impulsionar a dar início a este caminho “Em busca de sentidos...”
Na palestra, ao ouvir sobre como cada pessoa percebe as coisas a seu modo e como cada um dá um sentido próprio ao vivido, tendo pra isso um tempo próprio e muito particular, é que, finalmente, resolvi sentar e escrever.
Sempre no meu tempo, sempre pensando aquilo que faz sentido para mim. Sempre esperando que cada pessoa que leia possa experienciar de forma diversa e fazer das palavras aqui postadas seu próprio sentido, resignificando tudo, num movimentar constante, excitante, transformador. Deixando que tudo possa ser transitório e também possa ser mais e assim podendo ir além. Além do que está escrito e do que se pretendia dizer no momento que já passou e já não importa mais.
De algum modo, cada palavra que escrevo faz sentido para mim e me toca no mais profundo do meu ser e no mais superficial de minha pele, me fazendo sentir, refletir, questionar e sonhar intensamente. E é um pouco sobre tudo isso que pretendo falar aqui. E é claro, que ao meu modo, claro que falando muito de mim, das minhas percepções, sensações e sentimentos. Falando de tudo aquilo que me interessa, de tudo com o que consigo fazer contato, seja este pleno ou não.
Ao dizer isso, não quero, de modo algum, dizer que este blog se pretende ao ofício de um diário, biografia ou seja lá o que for. Não pretendo dizer que o conteúdo aqui postado será tão pessoal que não fará a menor lógica às outras pessoas. Ao contrário, ao dizer isso, busco fazer-lhes um tímido convite para que cada pessoa que leia meu blog possa também buscar, em cada pequeno detalhe, o seu próprio sentido... Aquilo que te move e toca no momento... O sentido do que for aqui experienciado.
É até mesmo por isso que o título do blog é seguido pelas famosas reticências (...). Porque depois de um convite destes “Em busca de sentidos...”, é possível saber que muita coisa virá então, mas não há como saber o que. E essa é, sem dúvida, a melhor parte de tudo.
E por adorar o inesperado, apesar de ter medo dele, nunca programo quando vou escrever e sobre o que vou escrever, mas simplesmente escrevo. Quando sento pra escrever - seja na cama, no ônibus, no trem, na praia ou no bar, ou ainda, interrompo um banho e pego caneta e papel para que as palavras não fujam de mim - busco expressar as sensações, pensamentos e sentimentos que me mobilizam naquele longo instante. E sem me preocupar com as tais regras de gramática, semântica e ortografia, até porque até estas são mutáveis, transfiro para o papel tudo que está em mim e minha vontade manda. E ainda, ignorando as interpretações do que eu digo ou mesmo a definição daquilo que aparece, não penso nem em nomear nada, e ás vezes se quer dou um título ao texto escrito.
Tendo este blog então o objetivo de que cada um possa significar seu conteúdo como desejar, não espero, portanto, que admirem ou interpretem meus textos e os textos de outras pessoas que eu postar. Espero apenas que vocês possam se divertir, saborear, comentar, criticar ou simplesmente ignorar...

Então... “que os jogos comecem”.

Bjus

Daiane.